domingo, 14 de dezembro de 2008

Notícia: Última temporada de exposição do MARCO

Foi aberta essa semana, a última temporada de exposição do MARCO - Museu de Arte Contemporânea MS. O destaque fica por conta do trabalho de Miska, que é artista plástica, cantora e atua nas áreas de Produção Cultural, Rádio e Televisão. Em "Pequenos Oratórios de Coisas desúteis", Miska sugere ao observador novas relações com as pequenas coisas e sua importância no acúmulo do cotidiano, dialogando com a memória, a lembrança e a afetividade. "Até meados dos anos 1990, Miska trabalhou insistentemente a temática dos povos indígenas, a beleza de seus corpos e elementos de sua cultura, utilizando como técnicas o pastel seco sobre papel e acrílica sobre tela. A partir daí, começa a série de trabalhos com mandalas. É possível estabelecer uma relação seqüencial entre as mandalas e as caixas atuais. A repetição dos elementos desenhados nas mandalas passa, a partir de um determinado momento, a exigir a colagem, numa tentativa básica dessa técnica: a materialização da forma no espaço pictórico. Das mandalas às caixas, Miska vai aprimorando a seleção dos objetos, suas relações internas e disposição, ordenando seqüências de acordo com a narrativa que aí permanece em estrutura. Cada espaço das vitrines de Miska é um ir contra a corrente do dia-a-dia na recolha das pequenas coisas, do descarte do desimportante, e, principalmente, do guardar à toa que de tanto se repetir cria um sistema de arquivamento. Daí a utilização de caixas de tipógrafo, cuja organização permite as composições mais variadas. Vitrines diminutas de brinquedos, de perfumes que despertam a memória involuntariamente, de sapatos de meninas e bonecas, de brinquedos, de espelhos femininos, de afetos pressentidos, vividos e desaparecidos", escreveu sobre a exposição Maria Adélia Menegazzo, professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte de MS. Outra proposta super interessante é a "Dois ao Avesso" . O nome que caracteriza a produção de um casal de artistas plásticos que desenvolvem trabalhos particulares, lado a lado, há sete anos. Este relacionamento proporcionou constantes diálogos entre estas diferentes produções e hoje fica difícil distinguir o que é particularidade ou influência. "Escolhemos nos apresentar por 'dois ao avesso' como uma aceitação do nosso estado líquido. Não percebemos fronteiras entre nós. Mesmo ainda preservando algumas particularidades, quando reconhecemos a necessidade individual presente nas propostas, assumir o rosto fake de "Dois ao Avesso" é declarar um não limite entre nossas produções - nos influenciamos mutuamente até o dilaceramento, e nos reconstruímos em uma nova proposta. O nome vem disso. Estar dois e sempre ao avesso. Nesta exposição colocamos a disposição o início de trabalhos que estão se desenvolvendo para ambos... diluídos e ao avesso". A forma como foi elaborada é um dos diferenciais da proposta. Suas etapas estão sendo constantemente atualizadas em um blog na Internet (www.doisaoavesso.blogspot.com), onde são apresentados desde referências até artigos científicos escritos pelos artistas e que somam na construção deste trabalho. Além deles, estão expondo também Arlete Santarosa, com "Diálogos Gravados" e Lana Lanna, com Conexão Dual. As exposições estarão abertas à visitação até o 1º de março de 2009, na rua Antônio Maria Coelho, 6000, no Parque das Nações Indígenas, de terça a sexta-feira das 12h às 18h. Sábado, Domingo e feriado, das 14h às 18h. O telefone de lá é 3326.7449.


Cultura Fashion, Mônica Horta em 5 de dezembro de 2008.

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