sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Notícia: Museu de Arte Contemporânea abre quarta temporada de exposições

O Museu de Arte Contemporânea inaugura na próxima terça-feira (2), às 19h30, a última temporada de exposições de 2008, com “Diálogos Gravados" de Arlete Santarosa e Lana Lanna (Conexão Dual), Pequenos Oratórios de ‘Coisas Desúteis’, de Miska e "Um Ponto, Dois Pontos", de Jú Maria e Dois ao Avesso. “Diálogos Gravados” traz xilogravuras e gravuras em metal das artistas Arlete Santarosa e Lana Lanna, do Conexão Dual. A exposição vem percorrendo o país e o interior do Rio Grande do Sul desde 2007. O conjunto das obras é uma seqüência de xilogravuras e gravuras em metal intercaladas e diferentes. Desenvolvido em módulos, de maneira progressiva, o processo exigiu uma troca permanente, onde cada artista elaborou sua imagem tendo como base e ponto de partida o que foi feito pela outra. A investigação do conceito da individualidade, das diferentes maneiras de ver e sentir o mundo e lidar com uma mesma idéia se tornou fonte permanente de pesquisa e de documentação.
Arlete Santarosa, nascida em Bento Gonçalves (RS), integrou por várias vezes a direção do Núcleo de Gravura do Rio Grande do Sul. Integrou o Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul como representante eleita do segmento de Artes Visuais, para os períodos 2004/05 e 2006/07. Foi conselheira, ainda, de 2003 a 2006, do Museu de Arte Contemporânea do RS. Lana Lanna, nascida em Carazinho (RS), estudou desenho e aquarela na Colorado State University (EUA), em 1977. Freqüentou o Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre entre 1982 e 1995, onde participou de oficinas sobre gravura em metal com Sheila Goloborotko, Marco Buti e Cláudio Mubarac. Estudou gravura em metal e xilogravura com Armando Almeida, desenho com Plínio Bernhart, Mara Caruso e Aniko Herskovitcz. Na Fundação Iberê Camargo participou de oficinas sobre gravura em metal com Ana Letícia e Evandro Jardim. Na Gráfica Contemporanea em Buenos Aires estudou gravura em metal com Matilde Marin e com Torben Bo Halbriek. Estudou pintura com Regina Ohlweiller.
“Um Ponto, dois pontos” traz trabalhos dos artistas Jú Maria e Dois ao Avesso. Nesta primeira exposição, os trabalhos apresentados, desenvolvidos em 2008, mesclam técnicas diversas sob suportes variados, como na escultura, por exemplo, onde a técnica utilizada é uma variação de formas de forração em tapeçaria, ou na impressão de formas baseadas em fotografias tomográficas. São dezoito trabalhos onde estas formas dialogam intrinsecamente.
Dois ao Avesso é o nome que caracteriza a produção de um casal de artistas plásticos que desenvolvem trabalhos particulares, lado a lado, há sete anos. Este relacionamento proporcionou constantes diálogos entre estas diferentes produções e hoje fica difícil distinguir o que é particularidade ou influência. "Escolhemos nos apresentar por ‘dois ao avesso’ como uma aceitação do nosso estado líquido. Não percebemos fronteiras entre nós. Mesmo ainda preservando algumas particularidades, quando reconhecemos a necessidade individual presente nas propostas, assumir o rosto fake de "Dois ao Avesso" é declarar um não limite entre nossas produções - nos influenciamos mutuamente até o dilaceramento, e nos reconstruímos em uma nova proposta. O nome vem disso. Estar dois e sempre ao avesso. Nesta exposição colocamos a disposição o início de trabalhos que estão se desenvolvendo para ambos... diluídos e ao avesso". A forma como foi elaborada é um dos diferenciais da proposta. Suas etapas estão sendo constantemente atualizadas em um blog na Internet (www.doisaoavesso.blogspot.com), onde são apresentados desde referências até artigos científicos escritos pelos artistas e que somam na construção deste trabalho.
Ju Maria é uma artista que desvela de sua própria experiência um jogo que traz a criação instalativa, explorando em formas sinestésicas uma atmosfera originada de uma busca memorialista. A proposta se destaca na riqueza de elementos e das particularidades na sua recepção. É onde a memória da artista está diluída para um novo entendimento.
Em “Pequenos Oratórios de Coisas desúteis”, Miska sugere ao observador novas relações com as pequenas coisas e sua importância no acúmulo do cotidiano, dialogando com a memória, a lembrança e a afetividade. “Até meados dos anos 1990, Miska trabalhou insistentemente a temática dos povos indígenas, a beleza de seus corpos e elementos de sua cultura, utilizando como técnicas o pastel seco sobre papel e acrílica sobre tela. A partir daí, começa a série de trabalhos com mandalas. É possível estabelecer uma relação seqüencial entre as mandalas e as caixas atuais. A repetição dos elementos desenhados nas mandalas passa, a partir de um determinado momento, a exigir a colagem, numa tentativa básica dessa técnica: a materialização da forma no espaço pictórico. Das mandalas às caixas, Miska vai aprimorando a seleção dos objetos, suas relações internas e disposição, ordenando seqüências de acordo com a narrativa que aí permanece em estrutura. Cada espaço das vitrines de Miska é um ir contra a corrente do dia-a-dia na recolha das pequenas coisas, do descarte do desimportante, e, principalmente, do guardar à toa que de tanto se repetir cria um sistema de arquivamento. Daí a utilização de caixas de tipógrafo, cuja organização permite as composições mais variadas. Vitrines diminutas de brinquedos, de perfumes que despertam a memória involuntariamente, de sapatos de meninas e bonecas, de brinquedos, de espelhos femininos, de afetos pressentidos, vividos e desaparecidos”, escreveu sobre a exposição Maria Adélia Menegazzo, professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte de MS.
Miska é artista plástica, cantora e atua nas áreas de Produção Cultural, Rádio e Televisão. Formada em Comunicação Visual pela PUC / RJ, trabalhou com publicidade e programação visual (no RJ e em CG), e, durante dez anos na Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, nas áreas de teatro, artes plásticas, programação visual, difusão cultural, entre outros setores, inclusive coordenando as Oficinas de Arte do Ateliê Livre do Marco e do Centro Cultural. Ministrou cursos, workshops e palestras sobre artes visuais, música, cultura, comunicação visual e arte educação para alunos de todas as idades, professores, coordenadores, diretores de escolas e arte-educadores em vários municípios de MS. Como artista plástica já experimentou várias técnicas, como gravura em metal, xilogravura, papel artesanal, papel machê e atualmente dedica-se mais à pintura, desenho e colagem, fazendo reciclagem de materiais. Participa de exposições desde 1974, com mais de 200 participações em coletivas e mais de 25 exposições individuais, no Brasil e no exterior: Rússia, Suécia, Paraguai, Bolívia. A temporada está aberta à visitação até o 1º de março de 2009. O Museu de Arte Contemporânea é uma unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul localizada na rua Antônio Maria Coelho, 6000, no Parque das Nações Indígenas. O museu fica aberto ao público de terça a sexta-feira das 12h às 18h. Sábado, Domingo e feriado das 14h às 18h. Telefone: 3326-7449.

Assessoria de Comunicação da Fundação de Cultura de MS - Moema Vilela, 28 de novembro de 2008

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